MBR – El Olivo 4
1Fev
2022

El Olivo, a cozinha sustentável

Elísio Bernardes integra o Hotel Meliá Braga e serve “cozinha minhota em comunhão com a comunidade local”, com a assinatura de Elísio Bernardes. O chef do El Olivo é um dos “The Ambassadors of Taste for the Global Gastronomy” e defende que a partir da cozinha se “pode mudar o mundo“.

Bacalhau à Moda de Braga e Pudim Abade de Priscos são uma tentadora forma de começar qualquer texto sobre gastronomia e começamos por eles porque são os pratos mais pedidos do El Olivo, uma das moradas de eleição para degustar estas iguarias minhotas. O nome El Olivo (azeitona) “é uma menção ao azeite, um produto tão valorizado pelos portugueses“, esclarece Delfim Filho, diretor do hotel Meliá Braga e diretor de operações da zona Norte do grupo Hoti Hotéis, detentor da marca de origem espanhola Meliá, em Portugal. “O restaurante El Olivo apresenta uma gastronomia portuguesa, mediterrânica e sofisticada, que, ao mesmo tempo valoriza o que há de melhor e de mais tradicional na região do Minho“, realça o gestor, ressalvando que “embora seja um restaurante pertencente ao Hotel Meliá Braga, sempre esteve com as portas abertas para a cidade e assim vai continuar.

À frente do El Olivo está desde janeiro de 2020 Elísio Bernardes, que define a sua cozinha como sendo “consciente, criativa e em constante evolução“, ainda que “muito simples e centrada no produto“. Natural de São João de Ver, aldeia de Santa Maria da Feira, o chefe apoia-se no “conhecimento empírico” e no “foco no produto local“. Admite que “é um grande desafio, pois Braga tem uma grande cultura gastronómica e excelentes referências“. Respeitar e honrar o melhor de cada região é também o caminho para um mundo mais sustentável, argumenta
Elísio Bernardes: “Acredito que os chefes de cozinha podem mudar o mundo ao inspirar a humanidade a pensar e a viver de forma sustentável, reduzindo o desperdício de alimentos, respeitando os ingredientes e o valor dos recursos naturais, nunca esquecendo o bem-estar dos animais. Atualmente, temos alguns projetos ainda embrionários, que poderão ser vistos em toda a cadeia da Hoti Hotéis e que pretendem dar um contributo significativo em termos de sustentabilidade, consciência e respeito pela gastronomia local.”

O chefe foi reconhecido como um dos “the Ambassadors of Taste for the Global Gastronomy”, em abril de 2021:
“Este prémio vem reconhecer a minha contribuição para a valorização da gastronomia regional e das receitas tradicionais portuguesas, assim como o meu papel ativo em causas sociais e de sustentabilidade ambiental. Acreditaram no meu trabalho e muito dele será divulgado num futuro próximo. Este reconhecimento é um estímulo extra para continuar a trilhar o meu caminho, uma vez que a vontade e a essência sempre estiveram e vão estar cá.”

O Chef procura refletir o Minho na nova carta: “Com uma constante evolução e aprendizagem, tentamos todos os dias que a carta seja o cartão de visita da cidade, onde queremos mostrar toda a genuinidade e diversidade de uma região.” Pratos como “o Caldo Verde com Chouriça de Cebola, o Bacalhau à Moda de Braga e o Pica no Chão (arroz de cabidela, feito com sangue de galinha) são bons exemplos de uma região com uma grande riqueza gastronómica“, sustenta. O mesmo vale para sobremesas como o Pudim Abade de Priscos e as Viúvas. O Chef confirma que “o Bacalhau à Moda de Braga e o Pudim Abade de Priscos são, sem dúvida, os pratos mais pedidos“. Talvez não sejam ainda famosos na gastronomia mundial, mas quem os prova certamente não os esquece. O Chef considera que a gastronomia portuguesa está no bom caminho: “Julgo que não restam dúvidas de que já temos grande visibilidade e que o futuro vai ser bem risonho para a nossa gastronomia. Aliando a riqueza do produto à mestria dos cozinheiros e ao conhecimento empírico, muito em breve teremos uma explosão internacional.

Artigo da Atualidade Economia Ibérica
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